quinta-feira, 21 de junho de 2012

Rejeição do PAN à pretensão de incineração de RSU nos Açores





Exmo. Senhor Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA)
Exmo. Senhor Presidente do Governo Regional dos Açores
Exmo. Senhor Secretário Regional do Ambiente e do Mar
Exmos. Senhores Deputados
Exmo. Senhor Presidente da Associação de Municípios da Ilha de São Miguel
Exmos. Senhores Presidentes das Câmaras Municipais da Ilha de São Miguel

Alternativas do PAN à implementação da incineração de RSU nos Açores

O Partido pelos Animais e pela Natureza, face à pretensão assumida, pelo Governo dos Açores e alguns municípios, pela opção da incineração de resíduos sólidos urbanos, vem manifestar a sua total rejeição, considerando tratar-se de uma opção ineficiente, perigosa e contrária à política internacional que Portugal comprometeu-se a cumprir, com o objetivo de reduzir das emissões de CO2 para a atmosfera.

A incineração de resíduos é um método que constitui um verdadeiro retrocesso tecnológico, não só por ser um processo demasiado ineficiente em termos de produção de energia elétrica, mas também por ser extremamente prejudicial para o ambiente e para a saúde pública, emitindo diversos compostos químicos (entre ao quais as dioxinas), extremamente tóxicos e perigosos, muito difíceis de serem filtrados.

Apoiar a incineração é apoiar uma política de resíduos cara e insustentável a nível orçamental, quer seja pela construção das incineradoras (cerca de 130 milhões de euros, sem contar com eventuais “acréscimos”) quer seja pelo transporte marítimo de resíduos entre as ilhas.

Além disso, a pretensão assumida é manifestamente contraditória com o Plano Estratégico de Gestão de Resíduos dos Açores (PEGRA), aprovado pelo Decreto Legislativo Regional n.o10/2008/A, de 12 de maio, o qual tem como base a diretiva 2006/12/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de abril (Diretiva Quadro dos Resíduos), que tem como fundamento as políticas da EU: “De acordo com as políticas da União Europeia em matéria de gestão de resíduos dever-se-á privilegiar a prevenção, já que um resíduo que não é produzido não necessita de ser gerido. A eliminação dos resíduos em aterro ou através de incineração deverão constituir as últimas opções. Pretende-se transformar as sociedades em sociedades de reciclagem, privilegiando-se a redução e a valorização.” (in Relatório do Ambiente dos Açores - 2010).

Acreditamos, portanto, que o financiamento público deveria ser reencaminhado para uma política efetiva dos 4“R” (redução, reutilização, restauração e reciclagem), salientando que a incineração é incompatível com a referida política dos 4“R”, uma vez que destrói os materiais potencialmente reutilizáveis e recicláveis.

Os Açores têm potencial para seguir um caminho de plena sustentabilidade, que aproveite ao máximo todos os materiais, destacando-se a matéria orgânica, para a produção de composto natural (por compostagem ou vermicompostagem), que respeite a agricultura, o turismo ecológico e que crie mais postos de trabalho.

Por tudo o que foi dito, o PAN rejeita veementemente a incineração.

Com os melhores cumprimentos

PAN-Açores
Contactos: acores@pan.com.pt